quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

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Nos anos 90 o século XXI se apresentava como algo distante, inatingível. As previsões do fim do mundo, a expectativa de que as tecnologias transformassem utopias em realidade, enfim, havia todo um imaginário mitológico envolvendo tudo e todos.
A mudança veio... não como se esperava, o mundo ainda não acabou e as tecnologias continuam a evoluir a seu tempo. Contudo, ingressamos no novo milênio em plena revolução informacional em que tempo e espaço adquirem novos significados.
Tudo isso afeta a cada um de nós de modo singular. É pensando nessa influência que resolvi escrever sobre algumas passagens dessa nova década, em especial, o último ano.
Não se trata puramente de uma retrospectiva, mas de uma reflexão.

Era 20 anos e ele acreditava poder mudar o mundo, principalmente a si. Mais tarde entendeu que é preciso muito mais que vontade... Foi parte de um processo de autoconhecimento, muito feliz! Hoje faz parte do acervo das boas lembranças e de um tempo bom que não mais voltará.

O que seria de nós sem a instrução? A retomada dos estudos acadêmicos deu a ele uma nova profissão o que proporcionou outras perspectivas. Oito anos depois o mundo se mostrou a ele, como resultado dessa escolha.

Há muitos mares a serem navegados e muita história para ser vivida. A casa da progenitora é seu porto seguro, dali ele ganha o mundo.

O platonismo enfim o deixou. Ele de fato viveu uma daquelas histórias que marcam e dão sentido aos dias. Foram momentos doces e felizes que atravessaram calmarias e tempestades, sempre com cumplicidade, afeto e ternura. Ficou na memória e sempre o ficará...

Ter apenas a si. Esse momento de transição exige muito mais que entendimento. Esforço para superar a realidade e ainda se manter dócil. Essa fragilidade o expõe, mas também o faz lembrar de que é preciso se ter cuidado. Os sentimentos há muito são alegorizados como objetos contidos em caixas. Abrir a caixa é liberar processos interiores profundos...

Parece que a todo instante a vida o quer testar. Traçar planos e estabelecer metas soaram inúteis. Mais uma vez ele se deparou com o inusitado e uma escolha a fazer. Novamente ele optou em mudar. Que as boas perspectivas o levem as belas campinas com fontes ilimitadas e puras de sabedoria e paz.

A chuva que cai é um bom prenúncio do ano que vai se iniciar. Ela traz fecundidade ao solo, abastece os regatos que saciam a sede, amenizam o calor e nos faz pensar. Que seja vigoroso 2011, desafiador mas também maternal.