quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Carta aos políticos eleitos





Eu tinha mais de vinte anos quando fui compreender os mecanismos de um processo eleitoral. Era criança nos tempos da abertura democrática e a única coisa que sabia era que os adultos podiam votar e ser votados. Via os gupos partidários polarizados em dois eixos: os que estavam no poder e os que queriam entrar. As pessoas comentavam sobre ser de direita ou da esquerda. Levei muitos anos para descobrir o que representava tudo isso. Alheio a minha compreensão vivia no Brasil das desigualdades sociais, das injustiças e aberrações.
Hoje, quando entramos no período eleitoral tenho vontade de sentar cara a cara com os candidatos e questioná-lo sobre suas pretensões, assim como os pais fazem com os pretensos genros. Nunca fiz isso, permanecendo passivo a tudo, me contentando apenas com a imagem vendida e distribuída dias a fio na Tv e nos ”outdoors”.
Tenho vontade de dizer que para ser político é preciso amar muito ao outro. Assim como queremos o melhor para nossa família e pessoas que gostamos, um político deve almejar representar a todos, independente das concepções políticas, ideológicas ou de gênero.
O bom político deve ter desenvolvido a empatia, que é a capacidade de se colocar no lugar do outro, para se ver madrugando, preparando a marmita, tomando o coletivo lotado, dando duro no trabalho para no final do mês garantir o sustento da família e sobreviver como pode. Ou ainda, se ver como muitas mães quando procuram atendimento nos hospitais públicos para seus filhos enfermos e sofrem o indizível pelo descaso e ineficiência do sistema. É preciso buscar soluções para esses dramas.
Há uns anos atrás, buracos em uma rodovia foram a causa da morte de onze estudantes da zona rural que iam para a escola, em um município de Minas. A comoção foi geral e sempre em meu pensamento eu refletia quem eram os responsáveis por aquilo. Não se tratava de uma fatalidade, mas de um crime. Impostos foram pagos, departamentos e instituições existiam para cuidar das estradas e pessoas morrem pela falta de manutenção?
Quando vem a tona notícias de políticos que desviam recursos, vejo na mão deles o sangue de muitos inocentes que perdem a vida pela omissão do Estado. Eles são tão criminosos quanto um assassino culpado de latrocínio. A sabedoria oriental ensina que para cada ação existe uma reação, bem parecido com aquelas leis de causa efeito que estudamos em física. Que os políticos corruptos pensem no mal que podem causar às pessoas.
Seríamos vítimas da cobiça, do egoísmo, do individualismo daqueles que não pensam coletivamente e que representam interesses escusos e corporativos? Se os governantes são o reflexo do povo, está fácil mudar... A partir de minhas ações buscando ser justo, honesto, ético eu faço a diferença. Isso estendido a todos os brasileiros transformaria radicalmente o país.
Que nossos representantes façam valer nosso voto, conquistem nosso respeito e amem nosso povo.
Políticos, vocês não nos fazem favores. Sua obrigação é servir ao povo que os elegeu!